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Você sabe o que o são os “marketplaces” do agronegócio?

Que a vida está cada vez mais digital, isso todo mundo sabe. E na agricultura não é diferente. O uso de tecnologias como drones, softwares, robôs, conectividade está cada vez mais presente no campo. E um outro setor que vem passando por uma revolução é a forma de comprar e vender insumos ou mesmo de comercializar a produção agrícola. É aí que entram os chamados "marketplaces", uma palavra em inglês para batizar os ambientes digitais que reúnem compradores e vendedores de produtos e serviços.

Por muitos anos se pensou que na agricultura esta digitalização do comércio levaria mais tempo, já que o produtor rural prefere a visita presencial, o cafezinho com o vendedor ou comprador, antes de fechar um negócio. Mas com a chegada da pandemia da Covid-19, o processo que já vinha ocorrendo, ganhou maior ritmo, acelerando a adoção do uso das plataformas digitais.

A edição 2021 da pesquisa “A mente do agricultor brasileiro na era digital”, realizada pela McKinsey & Company, revelou que 46% dos produtores rurais utilizam plataformas digitais para comprar insumos e maquinários. No mesmo estudo feito em 2020, esta fatia era de 36%. Outro dado impressionante é que, pelo segundo ano consecutivo, os números revelam que o produtor brasileiro está na vanguarda quando o assunto é digitalização da agricultura, já que o percentual de 46% de uso destas tecnologias supera o registrado nos Estados Unidos (31%) e na União Europeia (22%).

Neste cenário, as soluções digitais se multiplicam. Há marketplaces para comprar insumos e pesquisar diferentes fornecedores. Já existem muitas iniciativas também onde o produtor pode ofertar o seu produto para tradings. Ou mesmo uma espécie de classificados digital, em que qualquer pessoa pode comprar ou vender produtos ligados a cadeia produtiva do agronegócio.

Empresários que estão a frente de diferentes marketplaces dizem que preferem não pensar tanto em concorrência, já que cada uma das soluções, na prática, é uma porta de entrada para o contato do produtor rural com as ferramentas digitais. "Quem enxerga este movimento como ameaça, está perdendo oportunidades, afinal as plataformas vão complementar o mercado, não substituir”, afirma Thiago Magalhães, da OLX, empresa que não tinha ligação com o agro mas acabou criando uma categoria para o setor dentro da plataforma, depois que percebeu que a palavra “trator" estava entre as mais buscadas. Para o agrônomo Murilo Bertarello, da consultoria IZAgro, "os filhos dos produtores foram estudar, estão voltando para trabalhar na fazenda e já são digitais, por isso o futuro para eles está chegando muito rápido".