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Safra de soja: clima adverso provoca quebra de 20 milhões de toneladas

O clima seco na região sul do Brasil e o excesso de chuva em algumas áreas de cerrado comprometeram a produtividade da soja nesta temporada 2021/2022, que poderá cair mais de 10% em relação à safra passada. O corte nas estimativas vem sendo feito por consultorias privadas e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O levantamento mais recente é do Rally da Safra, expedição que percorreu mais de 30 mil km nos últimos meses avaliando as condições das lavouras nas principais produtoras do Brasil. A expectativa é de que a produção alcance 124,6 milhões de toneladas, queda de 1,2 milhão de toneladas em relação à projeção anterior, divulgada em 15 de fevereiro. É uma quebra de 10,6% sobre a safra 2020/21. Com isso, serão produzidas 19,7 milhões de toneladas a menos do que o previsto no início da safra, em setembro do ano passado, de acordo com os dados da Agroconsult.
Foi uma safra em que o clima teve um comportamento atípico, o que pode ser atribuído à influência do fenômeno La Niña pelo segundo ano consecutivo. As lavouras de boa parte do Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste se desenvolveram sob condições adequadas e apresentam resultados de bons a excelentes. Já no Sul (incluindo o Sul do Mato Grosso do Sul, além de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), o clima seco e quente de meados de dezembro até boa parte do primeiro trimestre de 2022 provocou uma quebra significativa.
“Há muita disparidade na produtividade dessas duas grandes regiões do país. Mais do que isso: a irregularidade do clima gerou diferenças nos resultados das lavouras entre as regiões de um mesmo estado e até mesmo entre as áreas de um mesmo município”, explica André Debastiani, coordenador do Rally da Safra.

Destaques positivos

Uma boa notícia é que voltou a chover no Sul do Brasil no início de março, o que ajudou a minimizar um pouco do prejuízo das áreas mais tardias, nas quais a soja ainda está em enchimento de grãos. “O Rally continuará acompanhando o desempenho dessas lavouras, pois há espaço para novos ajustes nos números de produção”, diz Debastiani.
Outro destaque positivo da safra 2021/2022 são as produtividades alcançadas em estados como Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, e Goiás. A média por hectare em Goiás deve avançar 8% em relação à safra passada, superando 66 sacas/ha. Já em Mato Grosso é esperado um aumento de 4,8% na produtividade, com média de 60,7 sacas/ha. Também são esperadas produtividades recordes nos estados do Maranhão e Tocantins