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Instabilidade de preços marca largada da comercialização de soja

Já foi dada a largada para a comercialização de soja, mas nesta fase os preços recuaram muito, frustrando as expectativas dos produtores que imaginavam valores superiores a R$140,00/saca no segundo semestre de 2024. O analista de mercado Claiton Santos, que atua há mais de 22 anos na comercialização de commodities e estratégias em gestão da propriedade rural, afirma que a principal fundamentação para o recuo dos preços está pautada em dois pilares.

Um deles é o registro de boas condições climáticas para o desenvolvimento das lavouras americanas, indicando uma safra normal nos Estados Unidos. O segundo ponto é a desaceleração do poder aquisitivo da população mundial. “Com menos dinheiro no bolso, menos consumo e, consequentemente, aumento dos estoques mundiais da soja”, destaca.

Santos considera que até o momento não há nenhuma justificação que possa levar a mudança de expectativas por conta de alterações do cenário climático. “O momento é de instabilidade nos preços, principalmente pela ótima safra americana e redução das compras principalmente da China”, observa.

Diante desta realidade, o analista recomenda que o melhor momento para comercializar será quando os preços oferecem margem de lucro, fator que varia de propriedade para propriedade. “Hoje afirmo, com toda segurança, que o produtor precisa rever suas formas de gestão da propriedade, precisa focar na rentabilidade e não na produtividade”, orienta. “O produtor precisa profissionalizar suas propriedades através de gestões eficientes, analisando antecipadamente os riscos e planejando as ações comerciais antecipadamente”, complementa. Uma das ferramentas sugeridas é o sistema de planejamento comercial focado na rentabilidade.

A previsão do mercado é que haverá um aumento em torno de 1,9% na área plantada de soja na safra 24/25 com mais de 47,3 milhões de hectares cultivados. Com isso, a projeção inicial é que o Brasil terá uma produção recorde, de 171,542 milhões de toneladas, 13,2% maior que as 151,548 milhões de toneladas colhidas este ano. No entanto, a estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgada dia 12 de agosto, é de uma produção um pouco menor, de 169 milhões de toneladas.