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É preciso preparar as plantas para o combate às doenças

Nesta época do ano em que há maior incidência de chuvas em diferentes regiões do Brasil voltadas ao cultivo de HF, a dica do consultor técnico da Satis e doutor em Agronomia – relação solo/planta - Elialdo Alves de Souza é cuidar da fitossanidade, principalmente no que diz respeito a doenças causadas por fungos, oomicetos e bactérias que são particularmente favorecidas por essa época mais úmida.

“Incidência de doenças em geral, mas as bacterianas e as fúngicas, principalmente as causadas por oomicetos, são particularmente graves. Seus esporos têm dois flagelos que permitem nadar com muita eficiência. Por isso, qualquer gotinha para eles é como se fosse uma imensidão e conseguem se deslocar com muita facilidade em cima da planta molhada, se espalhando muito rapidamente. A umidade com alta temperatura também é uma festa para todos esses micro-organismos”, alerta o consultor.

Ele recomenda ficar atento. O produtor deve observar com mais atenção as áreas para identificar doenças e sintomas que as caracterizam. Souza orienta que o mais importante é o manejo preventivo para que as plantas não adoeçam ou adoeçam menos, mesmo que existam patógenos. A primeira tarefa é cuidar da nutrição da planta porque uma planta bem nutrida adoece menos. No entanto, alguns nutrientes são mais esquecidos no manejo, principalmente aqueles diretamente associados com o metabolismo secundário, causando sintomas de deficiência na planta.

O engenheiro agrônomo exemplifica que no Brasil, de uma maneira geral, tomate, cebola, uva, melancia e melão apresentam deficiência de cobre, o que torna a planta fisicamente frágil, ficando fácil de ser atacada. “É como uma parede com pouco cimento”, afirma. A planta produz substâncias de autodefesa e precisa de micronutrientes – cobre, zinco, boro, manganês – para se defender e de magnésio e potássio para ativação enzimática.

De acordo com o especialista, nesse metabolismo secundário, a planta tem uma linha de proteção que é a produção de proteínas PR que, mesmo sendo uma analogia imperfeita, poderiam ser pensadas como se fossem os glóbulos brancos do sistema imunológico humano. São enzimas feitas para destruir organismos causadores de doenças. Para que esse processo funcione ainda melhor, além de garantir o equilíbrio nutricional, é possível fazer a indução de resistência, que estimula ainda mais o metabolismo secundário, usando produtos como Fulland e Stayflex. Dessa forma, quando o patógeno invadir, a planta está preparada para o combate. “Mais uma vez, a nutrição é importante porque não adianta usar elicitores se a planta estiver deficiente dos nutrientes necessários ao bom funcionamento dessas rotas”, pondera.

Além de cuidar da nutrição e fazer indução de resistência, também há a orientação para tomar cuidado com o espaçamento entre as plantas, mantendo o ambiente arejado, evitando o excesso de irrigação e cuidando da drenagem, principalmente nessa época de chuvas.