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Dia do Extensionista Rural: motivos para celebrar neste 6 de dezembro

Há mais de 70 anos foi criado o Dia do Extensionista Rural no Brasil, uma data que
celebra o papel destes importantes profissionais da agropecuária nacional. Desde lá os
desafios não são poucos e diversas vezes o setor enfrentou dificuldades, mas se não
fosse a persistência e a dedicação dos extensionistas, os ganhos de produtividade que
o agro brasileiro alcançou não seriam os mesmos. Por isso, neste dia 6 de dezembro, a
Satis parabeniza estes profissionais e conta um pouco desta história. Vamos destacar o
exemplo de Minas Gerais, primeiro estado a criar o serviço de extensão rural no Brasil
e que até hoje se destaca pelo trabalho de seus profissionais.
A extensão rural é definida como um processo cooperativo, baseado em princípios
educacionais, que tem por finalidade levar, diretamente, aos adultos e jovens do meio
rural, ensinamentos sobre a agricultura, pecuária e economia doméstica, visando
modificar hábitos e atitudes da família, nos aspectos técnico, econômico e social,
possibilitando-lhe maior produção e melhorar a produtividade. Parece complexo? Mas
é exatamente o que fazem os extensionistas que hoje atuam em empresas públicas e
privadas pelo Brasil, dando suporte ao produtor rural, especialmente aos pequenos e
médios, que possuem menor condição financeira para acessar consultorias técnicas.
Os ganhos de produtividade e renda no campo são motivos suficientes para que o dia
6 de dezembro seja comemorado. Recentemente, a Frente Parlamentar da
Agropecuária apresentou dados que revelam o impacto positivo da extensão rural para
diferentes perfis de produtores rurais. Segundo a FPA, em 2012, os grandes e médios
produtores que não recebem assistência técnica e extensão rural recebiam um valor
básico de produção de R$ 232 por hectare, enquanto os que contavam com esse
serviço obtiam R$ 996 na mesma área. Nas propriedades familiares, o impacto é
semelhante: o valor da produção passa de R$ 639 para R$ 2.309 por hectare.
Ao longo dos anos, porém, o aperto no orçamento público de estados e municípios
vem desafiando a continuidade destes serviços. Dados do último Censo Agropecuário,
do IBGE, mostram que somente 20,2% dos estabelecimentos do Brasil declararam ter
recebido algum tipo de orientação técnica em 2017. Houve uma leve redução em
relação a 2006, quando o índice estava em 22,1%. A região Sul possui a maior
proporção de estabelecimentos recebendo algum tipo de orientação técnica (48,6%), e
é a única região que apresentou crescimento ante o censo de 2006, quando foi de
48,4%. O Sudeste apresentou 30,7% em 2006 e 28,6% de estabelecimentos atendidos
em 2017.

O exemplo de Minas Gerais

A data de 6 de dezembro foi estabelecida como Dia do Extensionista Rural em 1948,
juntamente com a criação da primeira iniciativa de assistência técnica e extensão rural
no Brasil, no estado de Minas Gerais.
Até hoje os mineiros são considerados referência neste tipo de prestação de serviço ao
produtor rural, não apenas por órgãos tradicionais como a Emater, mas também pela
atuação do Senar, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
"Temos muitos motivos para comemorar esta data”, afirma o engenheiro agrônomo
que atua há 28 anos no Senar-MG, Luiz Ronilson Paiva, um apaixonado pela tarefa de
capacitar e dar suporte técnico no campo, com foco em ganhos de eficiência.
Há cerca de 10 anos, entidades como o Senar, que estão ligadas às federações
estaduais de agricultura e pecuária e ao Sistema CNA, tinham como foco apenas
capacitação de mão de obra. Atualmente, a missão de dar assistência técnica e
extensão rural, de forma integrada, também faz parte do trabalho dos técnicos do
Senar.
"Temos garantido resultados técnicos, gerenciais e econômicos para diferentes cadeias
produtivas”, conta Paiva. Como exemplo, ele cita o aumento de renda líquida
alcançado no setor de pecuária leiteira, que avançou entre 18% e 25%, para os
produtores rurais que foram beneficiados pelo chamado programa de assistência
técnica e gerencial do Senar.
No setor do café, apesar da volatilidade dos preços no mercado internacional, alguns
produtores do leste de Minas Gerais conseguiram aumentar em 50% a renda líquida.
Foram adotadas técnicas mais adequadas para elevar a produtividade e estratégias
mais assertivas para reduzir custos. "Muitos cafeicultores passaram a destinar pelo
menos 30% da área para produzir cafés especiais que garantem preços mais altos",
destacou o gerente regional do sistema Faemg/Senar.