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Conheça os efeitos das baixas temperaturas na fisiologia das plantas

A queda acentuada nas temperaturas em várias regiões do país incomodou muita gente, mas falando em agricultura, de modo geral, as plantas também sofrem com o frio mais intenso. Temperaturas muito baixas afetam o desenvolvimento das plantas e podem reduzir drasticamente o seu potencial produtivo.
O engenheiro agrônomo da Satis, Claudio Gusmão, explica que temperaturas entre dois e cinco graus Celsius são prejudiciais para algumas culturas porque afetam o metabolismo das plantas, paralisando o processo de desenvolvimento. Quando a temperatura fica muito baixa, próxima de zero grau, a planta interrompe seu metabolismo. Nesta situação basta um dia para que a planta perca seu potencial produtivo, ou seja, produza menos do que poderia se estivesse nas condições de temperatura mais adequadas ao seu crescimento.
Baixas temperaturas também são normalmente acompanhadas de baixa iluminação solar. E isso afeta a transpiração (respiração) da planta, processo em que ela puxa água e perde o líquido para a atmosfera em função da exposição ao sol. À medida em que a temperatura cai, esta transpiração é reduzida e, consequentemente, o desenvolvimento da planta fica mais lento.
Em casos mais extremos, quando ocorre uma geada, por exemplo, os danos são ainda mais severos e as plantas ou parte delas podem morrer. “A planta não resiste”, afirma Gusmão. O que acontece é que a geada é um fenômeno atmosférico que leva ao congelamento dos líquidos celulares, ocasionando expansão e consequente rompimento dos tecidos vegetais, o que pode causar a morte das plantas ou de algumas partes, como folha, ramos e frutos.
Os efeitos do frio intenso na fisiologia das plantas variam muito de acordo com o tipo de cultura e as regiões onde são cultivadas. Como em quase tudo há exceções, o trigo, a maçã e a cevada, plantados na região sul do país, são exemplos de culturas mais adaptadas ao frio.
Do lado oposto, entre as culturas menos adaptadas ao frio, está o café. As geadas podem provocar a mortalidade dos cafeeiros ou dos seus ramos, além do abortamento de flores, já que a florada vista a partir de setembro é formada agora. Com o abortamento das flores, a produção dos grãos a serem colhidos no próximo ano fica prejudicada.
As recentes temperaturas muito baixas em regiões como Sudeste, cerrados de Minas Gerais e Goiás, por exemplo, podem prejudicar a produção de hortaliças, trigo e feijão irrigado. Nesta fase de cultivo do trigo, o frio intenso afeta a germinação. No caso do feijão terceira safra, lavouras irrigadas que são cultivadas no inverno, as baixas temperaturas podem provocar o abortamento de flores, o que acaba sendo um mecanismo de defesa da planta diante das condições críticas enfrentadas.
O alho, também plantado no inverno, precisa do frio na chamada fase da diferenciação, ou seja, na formação do dente, mas se a temperatura for inferior a 10 graus Celsius também é prejudicial.
Além do frio, a oscilação de temperaturas baixas com mais altas ao longo dos dias e semanas acaba sendo outro fator que prejudica o desenvolvimento das plantas. Elas ficam estressadas porque a variação das temperaturas desregula os seus hormônios. As plantas têm dificuldade para entender o que está ocorrendo e desenvolvem alguns compostos para enfrentar a situação, o que inevitavelmente acaba afetando o seu potencial produtivo, esclarece Gusmão.

É possível recuperar os danos provocados pelo frio intenso?
Dependendo da cultura e do período em que a lavoura ficou exposta a baixas temperaturas, ainda é possível recuperar o seu potencial produtivo, ao contrário das plantas severamente atingidas pelas geadas.
No caso do feijão, por exemplo, após uma semana de frio mais intenso, se houver o retorno de temperaturas mais amenas, o dano pode ser recuperado. Já temperaturas muito baixas durante três semanas acabam provocando um dano difícil de se recuperar, considerando que a cultura tem um ciclo de 9 a 10 semanas.

O que o produtor pode fazer para ajudar a recuperar o potencial produtivo das lavouras?
Antes de mais nada, o produtor precisa lembrar que uma planta bem nutrida tem mais condições de enfrentar o frio e oscilações de temperaturas.
A adubação aliada ao uso de produtos bioativadores ajudam a estimular uma recuperação mais rápida do potencial produtivo, após a exposição das plantas a baixas temperaturas. Estes produtos, feitos à base de alguns compostos como extrato de algas e aminoácidos, auxiliam na aceleração do metabolismo das plantas, estimulando a produção de alguns compostos essenciais para seu desenvolvimento. A produção destes compostos é paralisada com o frio intenso. Entre as soluções da Satis nesta linha de bioativadores e aminoácidos, destacam-se o Sturdy, o VitaKelp e o Vitan.
A concentração de sais nas plantas também é um importante fator para diminuir as consequências da geada. Solos com elevados teores de nutrientes e plantas bem nutridas tendem a sofrer menos com os efeitos da geada por causa dos teores de sais mais elevados no seu conteúdo celular, reduzindo seu ponto de congelamento.
Plantas com estresse hídrico apresentam menor teor de água e maior relação sais/água, o que reduz seu ponto de congelamento. É importante lembrar que para reduzir o ponto de congelamento, as plantas devem estar com alta capacidade osmótica para conseguir reter os solutos. O Vitakelp é um exemplo de produto que pode ser um grande aliado neste momento, já que auxilia no aumento da capacidade osmótica das plantas. O Power K, produto da Satis à base de potássio, também ajuda na redução do ponto de congelamento da planta.