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Confira a previsão do tempo para a safra de soja

Está chegando a hora do plantio da soja. E uma das grandes preocupações dos produtores é saber como será o regime de chuvas nesta temporada 2021/2022. A boa notícia é que, ao contrário do ano passado, as chuvas devem chegar mais cedo em várias regiões produtoras, inclusive no Centro-Oeste.
O agrometeorologista e sócio-diretor da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, afirma que as primeiras pancadas de chuva são previstas já para o mês de setembro. “Deve chover de 100mm a 150mm de modo geral” diz o especialista. Este volume deve permitir boas condições para o plantio, mas logo na sequência pode haver alguns períodos mais secos. A primeira quinzena de outubro deve registrar baixos volumes de chuva, alerta Santos. As chuvas só voltam a ficar mais frequentes a partir da segunda quinzena do mês.
O cenário previsto para este ano é bem diferente de 2020, quando as primeiras chuvas da primavera só foram observadas no fim de novembro, o que atrasou não apenas a soja, mas também a segunda safra de milho, que foi seriamente afetada pelo clima.
O regime de chuvas este ano ficará mais próximo da normalidade, mesmo estando sob a influência do fenômeno meteorológico La Niña, que normalmente provoca um atraso na ocorrência das chuvas para esta época do ano. Isso quer dizer que o efeito da La Niña no clima será brando, de fraca intensidade, o agrometeorologista explica.
Em Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, as chuvas chegam em meados de setembro, permitindo o plantio do grão, mas no mês seguinte elas ficam mais esparsas e só voltam a se regularizar a partir da terceira semana de outubro. O que é muito semelhante ao regime de chuvas que ocorreu em outubro de 2017. A previsão é de chuvas contínuas até pelo menos o fim da safra no Estado, diz Santos. Em novembro, porém, o mês deverá ser bem chuvoso, com cerca de 20 dias de chuva, o que é preocupante neste período de enchimento dos grãos.
Na região dos cerrados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), as chuvas devem chegar em meados de outubro.
Já a região Sul, beneficiada por chuvas em períodos adequados para o cultivo da soja no ano passado, pode enfrentar um período seco em novembro, principalmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Isso pode atrapalhar o plantio da soja e até mesmo o desenvolvimento do milho verão. Tradicionalmente, o Rio Grande do Sul faz a semeadura da soja mais tarde, no fim de outubro. Então, a seca prevista para novembro deve dificultar os trabalhos de semeadura no campo.
Em setembro, também é esperado frio, mas não com a forte intensidade que atingiu as regiões Sul e Sudeste em julho. Nada que possa prejudicar a produção do trigo no Rio Grande do Sul e o plantio do milho no Paraná.
Em Mato Grosso, estimativas do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam para um aumento de área de 3,59% na safra 2021/2022 em relação à temporada anterior em função das perspectivas favoráveis para a oleaginosa, incluindo demanda internacional estável. Entretanto, as condições climáticas próximas ao plantio serão decisivas para a concretização das projeções e até para uma possível alta da produção. Já no Brasil, a expectativa é produzir 144 milhões de toneladas na próxima safra, um resultado recorde, alta de quase 6% em relação ao ciclo passado, de acordo com consultorias privadas e também pela previsão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).