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Biofertilizantes: uso deve crescer 25% em 2022

A alta nos preços de matérias-primas tradicionais para os fertilizantes e a preocupação crescente dos agricultores em melhorar a condição do solo são alguns dos motivos que devem impulsionar ainda mais o uso dos chamados biofertilizantes, produtos que contém princípio ativo ou agente orgânico na sua composição.
O setor já vinha crescendo cerca de 20% ao ano até 2020. No ano passado o avanço foi de 25% em relação ao ano anterior e a expectativa é de que em 2022, apesar da alta nos custos de produção e preocupações com a oferta mundial de fertilizantes, este crescimento seja pelo menos igual, chegando a 25% sobre o resultado de 2021. A previsão foi feita pelo diretor da Abisolo, Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal, Marcelo Santos.

"O debate sobre a necessidade de tornar cada vez mais eficiente o uso de fertilizantes é algo que falamos há muito tempo no nosso segmento, mas que começou a ganhar força neste período recente devido ao cenário de menor oferta global e preços altos" explicou Santos. Os biofertilizantes contêm cerca de 30% de resíduos orgânicos na sua composição que podem ser desde produtos já conhecidos como a vinhaça, da cana-de-açúcar quanto o lodo de tratamentos de esgotos, resíduos de frigoríficos, entre outros. O restante da composição destes produtos está relacionada ao componentes tradicionais como o NPK, nitrogênio, fósforo e potássio e, neste caso, também sobre a influência na alta global nos preços destas commodities.

Mas apesar do preço mais elevado, o setor está reforçando a estimativa otimista devido não apenas ao avanço crescente na produção agrícola, mas também à maior preocupação com a qualidade do solo e o com o melhor aproveitamento das reservas já existentes.

Uma iniciativa neste sentido está sendo liderada pela Embrapa que durante um ano vai realizar uma caravana visitando regiões 50 regiões produtoras de diferentes culturas agrícolas. O objetivo é realizar palestras e dar orientações para agricultores responsáveis por 70 milhões de hectares cultivados, grandes consumidores de fertilizantes. Os pesquisadores acreditam que, ao adotar boas práticas como a rotação de culturas e o uso de produtos alternativos, como inoculantes e biofertilizantes, é possível reduzir o uso de fertilizantes tradicionais e manter a mesma produtividade. Ou mesmo manter o mesmo uso de fertilizante mas avançar em produtividade, o que acabaria compensando os preços mais altos. Um dos segredos é ter um solo cada vez mais vivo, rico em microorganismos, que garantem melhor absorção de nutrientes pelas plantas.