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Alerta no campo: os desafios no combate à ferrugem asiática

Fazer o controle das doenças fúngicas da soja não tem sido tarefa fácil, principalmente quando o assunto é ferrugem asiática, a doença capaz de causar bilhões de dólares em prejuízos no campo. E o problema se agravou à medida que diferentes fungicidas foram perdendo a eficácia no controle da doença, já que os fungos foram se tornando resistentes aos princípios ativos.

A ferrugem asiática da soja é uma das doenças mais severas que atinge a cultura, com danos que variam de 10% a 90% nas diversas regiões em que ela aparece, além de prejuízos estimados em US$ 2,8 bilhões por safra no país, de acordo com o Consórcio Antiferrugem.
Os sintomas iniciais da ferrugem são pequenas lesões nas folhas, de coloração castanha a marrom-escura. Plantas que são infectadas de forma severa pelo fungo Phakopsora pachyrhizi apresentam desfolha precoce, o que compromete a formação, o enchimento das vagens e o peso final do grão. Quanto mais cedo for a desfolha, menor será o tamanho do grão e, portanto, maior a perda de rendimento e de qualidade.
Para combater doenças como a ferrugem, ao longo dos anos foram desenvolvidos vários fungicidas. E o produtor passou a fazer várias aplicações em busca de melhores resultados, aumentando os custos de produção. O problema é que, nos primeiros anos em que a doença explodiu na sojicultora brasileira, a maior parte dos produtos disponíveis eram os chamados sítio-específicos, como dos grupos triazóis, estrobilurinas e carboxamida, que apresentam ação apenas num ponto da via metabólica do fungo, ou sobre uma enzima ou uma proteína, para a sua inativação. Esta característica facilita que o fungo se torne resistente.
Foi então que cada vez mais o produtor passou a conhecer os chamados fungicidas multissítios, que atuam em diferentes pontos do metabolismo dos fungos. Esta característica proporciona baixo risco da seleção de população de fungos insensíveis aos princípios ativos desta classe de fungicidas, diferentemente dos sítio-específicos. Assim, com o uso dos multissítios, os fungos encontram maiores barreiras para vencer a propriedade fungicida do produto, para se tornar insensível ao mesmo, diz Margarida Fumiko Ito, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
A recomendação tem sido o uso dos dois tipos de fungicidas associados, já que são complementares, reduzindo as perdas de forma mais significativa. O microrganismo que “escaparia” de um fungicida específico, acaba tendo uma proteção com o multissítio, complementa Tarcísio Cobucci, pesquisador da Cobucci Agro.

Ainda assim, especialistas acreditam que é possível avançar mais. Há elementos na natureza que podem melhorar o desempenho dos fungicidas e deixar a planta mais resistente a patógenos. E mais que isso, nutrientes que podem “alimentar" a soja de tal forma que ela também fortaleça defesas naturais, aliadas no combate a doenças como a ferrugem.

Isso é possível porque alguns nutrientes podem ativar o metabolismo secundário das plantas, que é responsável por produzir compostos de autodefesa, e consequentemente, acabam fortalecendo o sistema imunológico, deixando a cultura mais resistente ao ataque de pragas e doenças. Um elemento, especificamente, é capaz de atuar como protetor das moléculas de fungicidas, reduzindo a possibilidade de gerar resistência dos microrganismos aos produtos. Quer saber que elemento é este? Então fique ligado no blog da Satis. Em breve vamos trazer aqui mais novidades sobre este assunto.